Preto. É o que tenho visto nesses
dias. A escuridão tem tomado conta de tudo e o medo, de mim. Sinto alguém me
chamar e percebo que só me resta atender a esse chamado. Estar aqui tem sido
como estar sem vida. Me sinto tão pequena e falta do que nunca conheci. Tenho que
atender esse chamado. Uma força, maior que o medo, me faz querer explodir a
parede que me cerca e é isso que faço.
Cores. É o que vejo agora. O azul e
o marrom predominam. Sinto pequenos grãos do que penso ser areia. Ouço o
chamado e sei que tenho uma longa jornada pela frente. Vou ser sincera: o medo
ainda está comigo. Quero que ele se vá, mas eu mesma o estou mantendo. Sinto o chamado e percebo
que quero estar contente em um lugar onde só a minha determinação poderá me
levar. Tenho que chegar lá. Não sei onde, mas sinto que devo. Já ouvi dizer que
somos felizes quando conseguimos conter. Con-ter.
Conter os nossos sonhos na realidade. Quero ser feliz. Quero conter. Estou confiante
e questionando se esse é o caminho. Fito o horizonte e noto que mais uma cor
predomina. Branco. Um arrepio me percorre e sinto que estou mais perto do que
nunca estive.
Tenho uma palheta de cores ao meu
redor. Variados tons de azul predominam e em minha pele a sensação é melhor que
a anterior. Sinto que estou viva. Cheguei! Tudo parece cintilar e me dar boas
vindas. Estou contendo. Contendo em mim a felicidade de poder conter aqui os meus sonhos.
Incrível. Sem palavras pra comentar esse texto, ele já parece dizer tudo. "Contenha", confesso que nunca havia pensado nisso.
ResponderExcluirObrigada por deixar algo aqui, Suzana! Bom saber que gostou :D
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