Não me lembro de quando
"gostar de ler" se transformou em um ponto na minha descrição. Talvez
seja quando meu pai me deu "Marley & eu" e "A Menina que
Roubava Livros", quando minha avó materna começou a trabalhar em uma biblioteca,
quando minha professora incentivou-me a ler ou até mesmo em todas as vezes que
lia um gibi da "Turma da Mônica". Na verdade não sei dizer, se tornou
um hábito cotidiano, e já não me lembro de como e quando comecei a gostar tanto
assim.
Me lembro das vezes em que ia buscar
minha avó na biblioteca só para emprestar algum livro da "Série
Vagalume", amava aqueles livros finos com histórias tão boas. As
bibliotecas sempre fizeram parte da minha vida e visitá-las é como visitar um
parque de diversões: não me entedia, sinto-me bem e me aventuro nas prateleiras
a procura de algum título que me atraia. Foram as bibliotecas que me
proporcionaram as mais lindas experiências com os livros. Foram elas que me
apresentaram Marcos Rey (para mim o melhor é "O Mistério do Cinco
Estrelas"), João Carlos Marinho (com a turma do Gordo, pensa numa menina
que ama "O Gênio do Crime") e a minha adorada Agatha Christie com o
incrível monsieur Poirot, o melhor dos detetives. Lembro das vezes que
caminhava uns 15 minutos para chegar a biblioteca só para pegar mais livros,
nem sentia cansaço.
Sempre julgo um livro pela capa,
o que me faz ficar zangada comigo mesma. Certa vez, julguei um livro pela capa
e se tivesse permanecido com esse julgamento iria perder uma das histórias mais
encantadoras que já li. Chorei, ri e quis mais desse livro que me fez viver um
ano ao lado de um garotinho de 10 anos com uma anomalia genética. Acho que é
isso que me faz gostar de ler: poder ir para outros lugares, mesmo que só na
imaginação, conhecer novas pessoas, viver as mais variadas emoções e além de tudo, perceber que você tem algo
em comum com aquele personagem. É, talvez seja isso.
Depois de tantos anos lendo e
relendo livros, ainda não cheguei à um tipo favorito. Agatha Christie, John
Green, Dee Henderson, R. J. Palacio, Veronica Roth, Kiera Cass, Matthew Quick,
estão entre os autores de meus livros favoritos. Hoje, gosto de ler livros com uma pitada de
romance e com muita aventura e mistério, e não me importo de ler livros, que
muitas pessoas que se consideram "os leitores" chamam de
"modinha", como dizem por aí: os livros foram feitos para serem
lidos!
Por mais que não me lembre quando
comecei a chorar, rir e me apaixonar por príncipes, detetives, divergentes,
pessoas com doenças terminais, garotos com anomalias, eu só digo que amo ler e
fico feliz ao ver que meu amor pelos livros ajudou à outras pessoas sentir o prazer que encontro nos livros. Acho
que isso é o melhor que recebemos em
troca desse amor: pessoas que passam a amar por nossa causa!
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