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Céu cinzento, ameaçando chuva. De acordo com a tabela de observadora
de nuvens, cumulos adornam o céu. 18 horas. Deveria ter saído mais cedo, o céu
azul enganara certinho. Mas cedo, ao receber aquela ligação, nem se imaginava
saindo a esse horário e enfrentando esse trânsito de pessoas nas calçadas. Som
de buzinas, cheiro de gasolina, pneu queimado, cigarro, cheiros da cidade
grande. Oh, como gostaria de estar no seu quarto sentada a beira da janela com
um bom romance à mão, e como brinde uma xícara fumegante de café. Uma esquina,
vira. Letreiros espreitam timidamente, a maioria com partes queimadas e
piscando desnecessariamente. Não deveria
ter vindo, mas o desejo de um reencontro falou mais alto e de repente já estava
a caminho, tão impulsiva. De acordo com o bilhete, amassado e sujo, o caminho
está certo. Vira mais uma vez e vê o tão estanho e familiar letreiro azul e
branco anunciando: "Café da Luly"de modo convidativo.
"Entre" é o que diz a placa pregada de qualquer maneira na velha
porta de madeira que poderá ser aberta a qualquer momento para um mundo novo. Entrar
ou fugir? Sente aquela onda, tão familiar, percorrer seu corpo e tem certeza de
que não é do clima. Escolhe entrar,não impulsivamente mas sim com anseio de um
mundo novo que só aquela porta pode lhe dar.
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